Quando criança, eu morava em um apartamento, no terceiro andar. Durante a noite, às vezes entravam baratas voadoras pela janela do quarto. A cena era minha mãe gritando e me carregando pra sala, enquanto meu pai lutava ferozmente contra o asco em
E o que tem essa história de baratas?
Traumas.
O problema é quando se trata de um trauma por algo essencial pra felicidade. Medo de amar! Mas amor se sente, não se explica e não se detém. Não dá pra se evitar amar que nem se evita uma barata. Pior é que o medo vai aumentando paralelamente com o amor, quando a cada dia que passa você ama mais e mais alguém, e tem mais e mais medo de perdê-la. É esse trauma infeliz que me faz ficar lembrando o tempo todo de que quanto mais eu amar, mais eu posso sofrer se um dia tudo acabar.
Não quero que tudo se repita, mas tenho que aprender a encerrar ciclos.
Eu tenho deixado que muitas coisas do passado influenciem no meu presente e consequentemente no meu futuro inteiro. Preciso me libertar dos meus medos, acreditar novamente na possibilidade de se feliz, sem receio de me entregar a vida, com todas as cores e sonhos permissíveis a uma pessoa comum. Crer que a partir de hoje tudo pode ser diferente, e que por mais que um raio possa cair duas vezes no mesmo lugar, acreditar que não, ele não vai cair.
É isso que eu preciso e espero conseguir.
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